Galeria: artigo “Idart abre ao público suas pesquisas e arquivo de arte”

Idart abre ao público pesquisas e arquivo de arte.
O Estado de S. Paulo, 13.06.1979, p.11.
(texto integral)

“Mesmo sabendo que está em instalações precárias para satisfazer de maneira ideal seus serviços, o Idart (Departamento de Informações e Documentação Artística), da Secretaria Municipal de Cultura, resolveu abrir esta semana, na sua sede – rua Roberto Simonsen, 136 – o Arquivo Multimeios do Centro de Pesquisas para o público e pesquisadores. O horário de atendimento é das 8 às 11e30, de segunda a sexta, devendo, preferencialmente, o interessado consultar com um dia de antecedência a disponibilidade para que haja a devida orientação de um bibliotecário específico.

O Arquivo reúne informações contemporâneas sobre arquitetura, artes cênicas, plásticas e gráficas, cinema, comunicação de massa, além de literatura e música. São documentos que abordam todas as atividades registradas nestes campos, desde 1977, no município de São Paulo, com o devido currículo de cada pessoa participante, as críticas que saíram publicadas em jornais e o registro visual (diapositivos, filmes).

O Idart foi criado com a intenção de memorizar o processo cultural da cidade e o supervisor do Arquivo, Darwin Pavan Filho, explica que a iniciativa só agora se concretizou, porque todos esperavam uma mudança de local, o que acabou não acontecendo.

O Idart existe há três anos, passando pela fase de implantação no ano de 1976, seguindo-se a etapa de busca de subsídios, que só puderam ser expostos efetivamente em 1978, já que uma grande quantidade de pesquisas chega a durar praticamente um ano ou mais. “Como não temos datas de mudanças, resolvemos aproveitar o horário ocioso durante a manhã. Assim conseguimos dar um atendimento adequado às necessidades de cada indivíduo. Fisicamente nós temos condições de atender 20 pessoas por dia, mas isso vai depender do tipo de consulta, já que um colégio pode dispensar um bibliotecário e se reunir num espaço pequeno sem alterações maiores.”

Muitas pesquisas do Instituto ainda estão em andamento. É o caso das introdução à arquitetura atual de São Paulo. Outros, como o futebol, dependem diariamente da inserção de novas informações. Ainda inédito, este assunto é abordado em todos os meios artísticos possíveis com a série de detalhes constatada no meio das artes plásticas, cinema, música, artes cênicas e assim por diante. Há aproximadamente 12 publicações no prelo, que ainda não saíram, devido à falta de verbas para as edições.

Até o momento foram publicados os anuários de Artes Plásticas, um Manual de Identificação e um índice de eventos.

Por enquanto, o Idart não realizou qualquer tipo de convênio. Alguns contatos estão sendo mantidos com a Funarte, a fim de alargar as possibilidades de pesquisa, embora não haja interesse em ampliar os limites físicos estabelecidos. Em números, as pesquisas já prontas são aproximadamente 100. No ano passado, o Idart, com suas oito áreas de atuação, juntou pouco mais de 27 mil recortes de jornais, que somam com os dois anos anteriores e os de 1979, a 45 mil. Possui 30 mil documentos visuais, três mil fitas gravadas, 80 filmes super-8 e nove mil cartazes. À disposição dos interessados estão também arquivos menores com dados de alguns artistas, críticos e escritores. É sua uma discoteca que, de acordo com Darwin Pavan Filho, é o maior acervo de discos e partituras do Brasil e uma biblioteca de arte brasileira e internacional. Quase todas as peças podem ser duplicadas e, se alguém quiser uma cópia, pode pedir automaticamente, devendo pagar uma quantia estabelecida pela prefeitura.”

(nossos negritos)