Exposições

Veja post sobre catálogos

1979


Biblioteca Mário de Andrade, 00 a 30.04.1979
Exposição Ampulheta 1979
Agendas e calendários de arte editados no Brasil

1980


Casa das Retortas, 23.01 a 00.00.1980
(abertura da nova sede do IDART)
Exibição em quatro módulos do vídeo A história da telenovela
MJ: OESP, 23.01.1980, p.20


Casa das Retortas, 06.07 a 05.10.1980
Aspectos da cenografia e do figurino – teatro paulista do início do século a década de 40
Área Artes Cênicas
.pesquisa: Tânia Marcondes
.texto: Mariângela Alves de Lima
.fotografias: Antonio Saggese, César Charlone Herrera, Valdir Arruda
.documentos associados: catálogo

MJ: O teatro paulista passado a limpo em mostra histórica. OESP, 06.07.1980, p.41.

Casa das Retortas, 05.10 a 31.12.1980 (25.01.1981)
A telenovela 1951/1978 – entre a ilusão e a realidade
Área Comunicação de Massas

.documentos associados: catálogo
MJ: No Idart, a história da telenovela e da vinheta. OESP, 05.10.1980, p.47 (veja post)

Casa das Retortas, 05.10 a 25.01.1981
A vinheta -da iluminura à carroçaria de caminhão
Área Artes gráficas

.documentos associados: catálogo
MJ: No Idart, a história da telenovela e da vinheta. OESP, 05.10.1980, p.47 (veja post)

1981


Casa das Retortas, 25.01 a 12.04.1981
Casa das Retortas: Brás – espaço e uso
Área Arquitetura e urbanismo
.documentos associados: catálogo


Casa das Retortas, 00.04 a 28.06.1981
Balão: a arte do ar e do fogo
Quinze exemplares de balões em todos os formatos, 50 painéis e exibição de documentário

.organização: José Geraldo Martins de Oliveira et alli
.documentos associados: [livro]
MJ: VESPUCCI, Ana Cândida. A arte popular que chega dos céus. OESP, 21.06.1981, p.30

Casa das Retortas, 05.07 a 04.10.1981
Coleção Biblioteca de Arte – desenhos / aquarelas e guaches
.documentos associados: catálogo

1982


Casa das Retortas, 00.01 a 00.00.1982
A gráfica urbana
ETP Artes gráficas
“Quem faz a gráfica urbana? Quem são o pintor de placas e seu auxiliar? Quais os padrões de cores? Quem são os autores?” (OESP, 27.01.1982, p.19)

.documento associado: livro

Casa das Retortas, 04.04 a 00.00.1982
São Paulo hoje
Desenhos e fotos sobre arquitetura paulistana

Casa das Retortas, 17.10.1982 a 16.01.1983
A máscara e o gesto
.coletiva com 142 fotos a partir da documentação organizada pela ETP Artes cênicas, com imagens produzidas, entre outros, pelos fotógrafos:

Djalma Limongi Batista
Gualter Batista
Ruth Amorim Toledo
Sandra Adams
Tereza Pinheiro

.idealização e seleção de fotos:
Berenice Raulino, Maria Lucia Pereira e Tânia Marcondes

.texto: Mariangela Alves de Lima

.documento relacionado:
MJ (Como é feita a arte de representar. OESP, 16.12.1982, p.22)

1983


CCSP, 27.06 a 00.00.1983
A máscara e o gesto
.coletiva com 142 fotos a partir da documentação organizada pela ETP Artes cênicas.
Remontagem de mostra realizada em: 1982.

CCSP, 07.1983
Rever espaços: o espaço cênico segundo Flávio Império
ETP Artes cênicas

.documentos associados: catálogo

1984


Casa das Retortas, 06.09 a 07.10.1984
Momentos de Cacilda Becker
uma seleção de 70 fotos por Fredi Kleemann, em comemoração aos quinze anos da morte da atriz.
ETP Artes cênicas

.seleção de imagens por: Maria Lucia Pereira, Maria Thereza Vargas e Tania Marcondes.
.ampliações pelo: Atelier de Conservação e Restauro do Arquivo Multimeios, por Marcia Ribeiro de Oliveira

.documento associado: FH 0609


.–, 1984
O rádio paulista no centenário de Roquette Pinto: 1884-1984
ETP Comunicação de massa

.organização: Elyzabeth Carmona, Maria Elisa Vercesi de Albuquerue
.documentos associados: catálogo

1986


CCSP, 04 a 19.10.1986
Figurinhas: histórias para colecionar
Uma seleção de álbuns a partir do acervo com cerca de 400 itens, estruturada em 7 temas: Personalidades, Futebol, Conhecimentos Gerais, Animais, Meios de transporte, Visuais e A vida de (piratas, plantas etc)
ETP Artes gráficas

.organização – Paulo Cezar Alves Goulart
.documentos associados: catálogo

CCSP, 08.10 a 05.11.1986
Salas de cinema em São Paulo
ETP Cinema

curadoria – Inimá Simões
com lançamento do livro homônimo

1987


Pavilhão da Bienal, 25.01 a 22.02.1987
A trama do gosto: um outro olhar sobre o cotidiano
ETP Artes gráficas

.curadoria: Sonia Fontanezi
.ass.curadoria: Carlos Moreno, Glória Nogueira Lima
.documentos associados: catálogo

1988


CCSP, 03 a 28.01.1988
Aron Feldman
Exposição, palestra e ciclo de filmes.
ETP Cinema

.organização – Alber Roger Hemsi
.documentos associados: catálogo

–, 1988
A televisão brasileira
ETP Comunicação de massa

.organização: Edgar Ribeiro de Amorim
.documentos associados: catálogo

1989


CCSP, 1989
100 anos da Casa das Retortas
ETP Arquitetura

.organização: Dalva Elias Thomaz, Glória Maria Bayeux, Rosa Camargo Artigas
.documentos associados: catálogo

1990


CCSP, 1990
TV anos 40: quadro cronológico da televisão brasileira: 1950-1990
ETP Comunicação de massa

.organização – Edgar Ribeiro de Amorim
.documentos associados: catálogo

1991


Pavilhão da Bienal, 21.09 a 10.12.1991
São Paulo em revista: uma viagem ao umbigo da cidade

.concepção, roteiro e direção geral: Nando Ramos
.pesquisa: Silvia Fernandes (coordenação), Ana Maria Rebouças (história), Flávio Porto, Fátima Arcoverde, Selma Kaufmann e Pergy Grassi (imprensa), Lothair Americano (música), Ricardo Forjaz C. Souza (urbana), Valdir Arruda (iconografia)
.documentos associados: catálogo

1994


CCSP, 14.07 a 14.08.1994
Anos 50 revisitados
Inclui segmento sobre fotografias industrial e publicitária com imagens de Francisco Albuquerque (1917-2000) e Hans Gunter Flieg (1923-2004).

Em paralelo ciclo de palestras Anos 50 – Momentos da fotografia: jornalismo, fotoclubismo, publicidade, em 8 e 9 de agosto com Hans Gunter Flieg, Helouise Costa e Nadja Peregrino.

.documentos associados: catálogo

1995


Casa do Olhar, Santo André/SP, 06 a 29.07.1995
Fotografia industrial: Hans Gunter Flieg
Fotos do acervo da Divisão de Pesquisas, expostas anteriormente na exposição Anos 50 revisitados, sob nova estrutura de apresentação

1996


CCSP, 06 a 29.05.1996
Warchavchik 100 anos
ETP Arquitetura, ETP Fotografia

curadoria – Ricardo Forjaz Christiano de Souza (Warchavchik, arquiteto), Ricardo Mendes (Warchavchik, fotógrafo e colecionador)
Exposição sobre o arquiteto Gregori Warchavchik (1896-1972) e sua contribuição à constituição de uma arquitetura moderna, registrada por profissionais como José Moscardi, Ugo Dante Zanella e outros. Inclui segmento sobre a produção fotográfica de Warchavchik com ênfase no retrato e, em destaque, a prática do colecionismo de câmeras em seleção de aparelhos reunidos em 15 vitrines.

documentos associados: folheto e catálogo

2001


Exposição virtual, disponível em 12.2001
Imagens de dança
Reunindo cerca de 300 fotografias a partir da documentação gerada pela ETP Artes cênicas, a mostra registra a produção de dança contemporânea em São Paulo. (veja versão lançada em 2005)

2005


Exposição virtual, nova versão disponível em 08.2005
Imagens de dança
curadoria de Maria Cristina Lopes Coelho e Renata Ferreira Xavier.
Agora estruturada como banco de dados a partir da documentação gerada pela ETP Artes cênicas, a mostra registra a produção de dança contemporânea em São Paulo. Coreografias de cerca de 33 grupos de dança surgem em imagens produzidas entre 1976 e 2004 por 29 fotógrafos. A nova versão traz agora um mecanismo de busca que permite acesso por companhia, coreografia, ano e fotógrafo. Mostra esteve disponível online até início de 2016.

Conheça a versão arquivada na Wayback Machine, em o5.01.2008.
A opção de busca, porém, não funciona nesse registro.
https://web.archive.org/web/20080105033531/http://www.centrocultural.sp.gov.br/danca/index.htm


2007


CCSP, 12.05 a 05.08.2007
IDART 30 anos
um balanço de três décadas de produção em documentação e pesquisa pelo IDART e pela Divisão de Pesquisas

curadoria: Sonia Fontanezi (veja texto curatorial)
coordenação: Isis Baldini Elias, com assistência de Andréa Andira Leite e Maria Cristina B. Lopes Coelho

ATENÇÃO: mostra interrompida devido a incêndio parcial do edifício em 17.05.2007, com alteração da data de término para 29.07.07, substituindo a data de término original: 24.06.2007; prorrogação posterior para 05.08.07

documentos associados: folheto e catálogo

Políticas editoriais

A intenção é apresentar as diversas políticas articuladas em seu percurso pelo IDART e pela Divisão de Pesquisas.

Uma das primeiras ações, na gestão de Décio Pignatari entre 1976 e 1997, foi o uso de projeto temático reunindo todas as equipes, como “…ARTE EM SÃO PAULO, DENTRO E FORA DO SISTEMA, ‘no sentido de registro e análise não só de manifestações institucionalizadas, como também de manifestações culturais marginalizadas’, segundo palavras do autor do projeto.” (cf. prefácio em Corpo de Baile Municipal, 1978, p.5, leia aqui)

1978: Maria Eugenia Franco – prefácio da série Pesquisa

Em 1978, para o lançamento da série Pesquisa, ambicioso conjunto que registra parte da produção do IDART, iniciada dois anos antes, Maria Eugenia Franco, diretora do departamento, escreve o prefácio das publicações. Aqui, de forma sucinta, registra os passos inicias da documentação e pesquisa em arte e comunicação propostas pelo projeto.

Revela-se um conjunto ambicioso de publicações, anuários e outros produtos, bem como surgem a marca dos primeiros diretores do Centro de Pesquisa – Décio Pignatari e Paulo Emílio Salles Gomes.

Extraída do volume:
DIAS, Linneu. Corpo de Baile Municipal.
São Paulo: IDART, 1978. Pesquisa, 2, p.5-6.

Foram mantidos os negritos e caixas altas do original,
bem como a ortografia de época.

“O Centro de Pesquisas de Arte Brasileira do IDART foi criado a partir de um princípio da história, a para-história, no qual o pensamento de uma época se revela como a contribuição mais legítima e mais viva para o estudo da evolução de uma comunidade. Os trabalhos que realizamos têm a função de investigar e preservar a memória artística nacional do presente e do passado, um dos elementos e fundamentos comprovadores da dinâmica cultural do país.

Nossa filosofia do agir e atuar apoia-se numa noção de ‘arte’ fundamentalmente estética. Em consequência, multidisciplinar e interdisciplinar.

Abrangemos as várias disciplinas artísticas e as que com estas se relacionam: arquitetura e urbanismo, artes cênicas, artes gráficas, artes plásticas, cinema, comunicação de massa (imprensa, rádio, televisão, publicidade), desenho industrial, literatura e música.

Vemos a arte como objeto/fato-criação-intuição e como teoria-conceito-pensamento. Acolhemos todos os códigos e linguagens de produções artísticas. Admitimos as diversas correntes teóricas que as analisam e interpretam, porque todas enriquecem o conhecimento crítico e fenomenológico de suas raízes mais profundas.

A partir de 1976, iniciamos o estudo sistemático e programado das artes nacionais, a pesquisa da invenção, da criatividade brasileira, sob ângulos vários de suas muitas faces e interfaces. Em todos os campos e subcampos procuramos investigar as expressões criativas eruditas, indígenas e populares.

Tomando como corpus geral das pesquisas as manifestações de arte que surgem no Brasil, o IDART as estuda a partir de uma coletividade – São Paulo e do eixo cultural São Paulo-Rio, quando se verificam cruzamentos de influências entre os dois centros. É esta uma opção de natureza econômico-pragmática e, ao mesmo tempo, uma experiência consciente de estética sociológica.

Toda grande cidade é fonte e lago. Gera, produz, mas também recebe várias forças culturais vindas de outras nascentes comunitárias.

São Paulo revela possuir particular interesse e riqueza, quando utilizada como base de investigações sobre arte contemporânea brasileira, porque é uma cidade-pólo, de onde emergem e por onde passam alguns dos principais acontecimentos artísticos de origem nacional / estadual e internacional. Sofre também influências étnicas diversas, por intermédio de suas grandes colônias estrangeiras.

Neste ‘laboratório’ estético, os trabalhos desenvolvidos pelos pesquisadores das Áreas e Sub/Áreas do Centro de Pesquisas do IDART dividem-se em dois setores paralelos: documentação de eventos e pesquisas temáticas. Desses trabalhos resultam atividades editoriais e o Arquivo Multimeios.

Destinado ao uso interno è à consulta pública, o Arquivo é o reservatório do produto global das pesquisas e doações recebidas. ‘Memória latente’ para estudiosos de hoje e do futuro, concentra vários mídia de registros documentais: processos cinéticos, fotos, fitas magnéticas gravadas e transcritas, informes inéditos, folhetos, catálogos, programas, cartazes, etc.

(p.6)

No plano editorial, ‘memória dinâmica’, além dos projetos multimeios – exposições didáticas e documentais, filmes, audiovisuais, vídeo tapes, gravações sonoras – programou o IDART livros, álbuns, revistas, anuários, boletins.

Dos estudos temáticos surgirão as coleções PESQUISA e DOCUMENTO VIVO, cujos primeiros volumes entraram em processamento gráfico no início de 1978. Lamentamos o atraso de seu lançamento, explicável pelos sofridos bloqueios e meandros da burocracia.

Essas coleções propõem o estudo da arte brasileira em São Paulo com abordagens sincrônicas e/ou diacrônicas. Do presente e do passado serão divulgados documentos e informações, narrativas historiográficas e a metalinguagem dos fatos e objetos estéticos, no universo da realidade brasileira.

Os eventos artísticos da atualidade são preservados tanto seletivamente, nos ANUÁRIOS das Áreas, quanto genericamente, nos BOLETINS da Hemeroteca, setor especializado do Arquivo Multimeios. Esse setor cataloga as páginas de arte da imprensa brasileira cotidiana e periódica de São Paulo-Rio e, quando possível, de outros Estados. Trabalho diário sistemático será editado em fascículos a partir de 1979. Quanto aos ANUÁRIOS, destacam as realizações e atividades mais significativas das Áreas artísticas, no contexto sócio-cultural da cidade. Apresentam sínteses, dados referenciais, fixando a situação do fato no próprio instante em que ocorre. Transmitem a imagem de segmentos das artes em São Paulo, no panorama de nosso momento. Serão ‘fontes primárias’, no futuro.

No que se refere à produção das Equipes Especializadas, o princípio ético e profissional estabelecido pelo Diretor do IDART e Diretores do Centro de Pesquisa tem sido o de incentivar a autogestão das Áreas, desde que existem especificidades tipológicas em cada uma. Evitamos o dirigismo cultural, respeitando a plena liberdade de expressão. Procuramos estimular a consciência da responsabilidade individual do pesquisador, como autor do trabalho científico, tanto no texto quanto nas várias etapas das tarefas de campo, o que tem resultado num processo salutar de seleção espontânea.

Os critérios básicos e a programação global/orgânica têm sido estabelecido pelos Diretores, ouvido o Conselho de Pesquisas, formado pelos Supervisores de Áreas, Assistente Jurídico e Assistentes Técnicos.

Esta série inicial de publicações corresponde ao período 1976/77, em que Décio Pignatari, então Diretor do Centro de Pesquisa do IDART, programou para todas as Áreas uma temática geral: ARTE EM SÃO PAULO, DENTRO E FORA DO SISTEMA, ‘no sentido de registro e análise não só de manifestações institucionalizadas, como também de manifestações culturais marginalizadas’, segundo palavras do autor do projeto.

Com a saída voluntária de Décio Pignatari, Paulo Emílio Salles Gomes, assumindo o mesmo cargo, acompanhou o término das pesquisas, em seu último trabalho de direção cultural.

Verbas insuficientes nos impediram de realizar o programa da série DOCUMENTO VIVO, que divulgaria o grande e precioso volume de registros e informes sobre arte brasileira coletados e produzidos pelo Centro de Pesquisas, em suas oito Áreas. Com a assistência técnica de Fernando Lemos, para exame das possibilidades gráficas, decidimos lançar os ANUÁRIOS – projeto de Paulo Emílio – e iniciar a coleção PESQUISA. Escolhemos juntos os temas ainda não abordados em livro, ao menos sob os ângulos focalizados pelo IDART.

Representam estes trabalhos o testemunho de jovens pesquisadores, documentando, narrando e/ou analisando a arte de nosso meio e nosso tempo.

Maria Eugenia Franco
IDART – Diretora”

Locais de funcionamento: 1975-2008

1975-1980Solar da Marquesa
Rua Roberto Simonsen n. 136 – térreo

(veja abertura da hemeroteca, 1979)
1980-1992Casa das Retortas
Rua do Gasômetro n.77 – térreo
1992-2008Centro Cultural São Paulo
Rua Vergueiro n.1000

.novas instalações do Arquivo Multimeios, set.1995, projeto coordenado por Boris Kossoy (veja entrevista, FSP, 01.10.1995)

Cadernos de Pesquisa, por Martin Grossmann

O diretor do CCSP, Martin Grossmann, apresenta a coleção comemorativa dos 30 anos do IDART, em 2007. Veja o texto completo:

“A ‘Coleção cadernos de pesquisa’ é composta por fascículos produzidos pelos pesquisadores da Divisão de Pesquisas do Centro Cultural São Paulo, que sucedeu o Centro de Pesquisas sobre Arte Brasileira Contemporânea do antigo Idart (Departamento de Informação e Documentação Artística). Como parte das comemorações dos 30 anos do Idart, as Equipes Técnicas de Pesquisa e o Arquivo Multimeios elaboraram vinte fascículos, que agora são publicados no site do CCSP. A Coleção apresenta uma rica diversidade temática, de acordo com a especificidade de cada Equipe em sua área de pesquisa – cinema, desenho industrial/artes gráficas, teatro, televisão, fotografia, música – e acaba por refletir a heterogeneidade das fontes documentais armazenadas no Arquivo Multimeios do Idart.

“É importante destacar que a atual gestão prioriza a manutenção da tradição de pesquisa que caracteriza o Centro Cultural desde sua criação, ao estimular o espírito de pesquisa nas atividades de todas as divisões. Programação, ação, mediação e acesso cultural, conservação e documentação, tornam-se, assim, vetores indissociáveis.

“Alguns fascículos trazem depoimentos de profissionais referenciais nas áreas em que estão inseridos, seguindo um roteiro em que a trajetória pessoal insere-se no contexto histórico. Outros fascículos são estrutura- dos a partir da transcrição de debates que ocorreram no CCSP. Esta forma de registro – que cria uma memória documental a partir de depoimentos pessoais – compunha uma prática do antigo Idart.

“Os pesquisadores tiveram a preocupação de registrar e refletir sobre certas vertentes da produção artística brasileira. Tomemos alguns exemplos: o pesquisador André Gatti mapeia e identifica as principais tendências que caracterizaram o desenvolvimento da exibição comercial na cidade de São Paulo em ‘A exibição cinematográfica: ontem, hoje e amanhã’. Mostra o novo painel da exibição brasileira contemporânea em Memória da Dança em São Paulo focando o surgimento de alguns novos circuitos e as perspectivas futuras das salas de exibição.

“Já ‘A criação gráfica 70/90: um olhar sobre três décadas’, de Márcia Denser e Márcia Marani traz ênfase na criação gráfica como o setor que realiza a identidade corporativa e o projeto editorial. Há transcrição de depoimentos de 10 significativos designers brasileiros, em que a experiência pessoal é inserida no universo da criação gráfica.

““A evolução do design de mobília no Brasil (mobília brasileira contemporânea)”, de Cláudia Bianchi, Marcos Cartum e Maria Lydia Fiammingui trata da trajetória do desenho industrial brasileiro a partir da década de 1950, enfocando as particularidades da evolução do design de móvel no Brasil.

“A evolução de novos materiais, linguagens e tecnologias também encontra-se em ‘Novas linguagens, novas tecnologias’, organizado por Andréa Andira Leite, que traça um panorama das tendências do design brasileiro das últimas duas décadas.

“‘Caderno Seminário Dramaturgia’, de Ana Rebouças traz a transcrição do “Seminário interações, interferências e transformações: a prática da dramaturgia” realizado no CCSP, enfocando questões relacionadas ao desenvolvimento da dramaturgia brasileira contemporânea. Procurando suprir a carência de divulgação do trabalho de grupos de teatro infantil e jovem da década de 80, ‘Um pouquinho do teatro infantil’, organizado por Maria José de Almeida Battaglia, traz o resultado de uma pesquisa documental realizada no Arquivo Multimeios.

“A documentação fotográfica, que constituiu uma prática sistemática das equipes de pesquisa do Idart durante os anos de sua existência, é evidenciada no fascículo organizado por Marta Regina Paolicchi, ‘Fotografia: Fredi Kleemann’, que registrou importantes momentos da cena teatral brasileira.

“Na área de música, um panorama da composição contemporânea e da música nova brasileira é revelado em ‘Música Contemporânea I’ e ‘Música Contemporânea II’ – que traz depoimentos dos compositores Flô Menezes, Edson Zampronha, Sílvio Ferrraz, Mário Ficarelli e Marcos Câmara. Já ‘Tributos Música Brasileira’ presta homenagem a personalidades que contribuíram para a música paulistana, trazendo transcrições de entrevistas com a folclorista Oneyda Alvarenga, com o compositor Camargo Guarnieri e com a compositora Lina Pires de Campos.

“Esperamos com a publicação dos e-books ‘Coleção cadernos de pesquisa’, no site do CCSP, democratizar o acesso a parte de seu rico acervo, utilizando a mídia digital como um poderoso canal de extroversão, e caminhando no sentido de estruturar um centro virtual de referência cultural e artística. Dessa forma, a iniciativa está em consonância com a atual concepção do CCSP, que prioriza a interdisciplinaridade, a comunicação entre as divisões e equipes, a integração de pesquisa na esfera do trabalho curatorial e a difusão de nosso acervo de forma ampla.”

Martin Grossmann
Diretor


Reproduzido do volume 4, p.4-6.
COELHO, Maria Cristina Barbosa Lopes (org.), XAVIER, Renata Ferreira (org.). Memória da Dança em São Paulo. São Paulo: Centro Cultural São Paulo, 2007. 92p. (cadernos de pesquisa; v. 4) (download)

Galeria: anos 1990

CCSP, anos 1990, Natal. Da direita para esquerda, sentados: Ana Maria Rebouças (Artes cênicas) e Ricardo Mendes (Fotografia); atrás, em pé: Márcia Denser (Literatura), Maria Thereza Vargas (Artes cênicas), Maria Olimpia Vassão (Artes plásticas), Ana Maria Campanhã (Educativo), Sonia Fontanezi (Artes gráficas) e Fátima Arcoverde (Literatura).

Enviado por Fátima Arcoverde (2024.12.20). Autoria desconhecida.

Idart 30 anos, apresentação

Texto da curadora Sonia Fontanezi para a mostra Idart 30 anos,
realizada no CCSP (12.05 a 05.08.2007).
Enviado por Maria Adelaide Pontes em 12.12.2024.

Os anos 1970 no Brasil, foram marcados também, pela riqueza dos caminhos culturais desenhados nos anos 50, quando São Paulo inicia sua conversa com o mundo, através do espírito modernista na Arquitetura, na Poesia Concreta, nas Artes Plásticas.

A diversidade dessa produção cultural nacional fez com que Maria Eugênia Franco, responsável então pela seção de arte da Biblioteca Mario de Andrade, idealizasse um projeto de criação para um centro, onde o foco principal seria a pesquisa da Arte Brasileira Contemporânea. Este projeto foi concretizado em 20 de maio de 1975, pela Lei 8252, com a criação do Departamento de Informação e Documentação Artísticas, instalado em janeiro de 1976 na chamada Casa da Marquesa, junto à Secretaria de Cultura. O IDART, cuja primeira diretora foi Mária Eugênia, absorveu a antiga Biblioteca de Arte da Biblioteca Mário de Andrade e a antiga Discoteca Municipal, inaugurando na cidade, um trabalho de pesquisa, vinculado à criação e à investigação artísticas, que viria a ser conhecido nacionalmente.

A viabilização desse Departamento é de autoria de Décio Pignatari, que também foi seu primeiro diretor. Um instrumento contemporâneo na época, que em sua gênese aponta para o futuro. Em 1975, êle previa a organização e recuperação não mecânica da informação. Desde 1963, Décio estuda a questão da linguagem através da semiótica e das teorias da informação e comunicação. Esse trabalho está em plena sicronia com sua obra.

É de 1973, seu poema Noosfera*, que para além de sua concretude poética, aponta também, para a hoje chamada telesfera (documentos disponíveis na Web). Hoje, a prática eletrônica do pensamento já se realizou no cotidiano – a ferramenta digital, já está incorporada ao nosso sistema de percepção, fazendo parte integrante da nossa forma de assimilar, investigar, interpretar e recriar o mundo.

Para Décio Pignatari, em 1975, a Hemeroteca e Arquivo Multimeios significou célula básica para o Núcleo de Recuperação da Informação – o Banco de Dados, visando a implantação de sistemas de recuperação digital, com um modelo de documentação contínua, por 20 anos ao longo do tempo. Este trabalho continua sendo feito em bases semi-artesanais, tentando manter viva a informação ali depositada, ao longo do tempo, em sua diversificação de técnicas suportes e linguagens.

O Centro de Pesquisas foi em 1976 uma novidade institucional e cultural, que São Paulo apresentou. Os caminhos ali apontados e os possíveis percursos continuam sendo únicos.

O acervo do IDART se configura hoje como produto de 32 anos de pesquisa e documentação, construído na relação e confronto entre a natureza do objeto analisado e sua relação com a natureza do instrumento de leitura, gerados pelo próprio objeto e sua compreensão. Com reconhecimento ou recusa deste princípio, o trabalho se realizou ao longo do tempo e sua importância se legitimou e é única.

A forma de seleção e organizaçãp do material para esta mostra surge da grande quantidade de documentos armazenados neste Acervo. Como toda quantidade, instiga o crivo para a qualidade. Apresentamos o material em diferentes suportes, para que os documentos se mostrem em sua singularidade e diversidade, dispostos em linha do tempo, um fio condutor que permite foco nos objetos, e ao mesmo tempo propicia relações entre êles.

A disposição simultânea, visa uma espécie de mostruário, apontando para uma possível tipologia. Depois de conviverem separados por área de conhecimento por tanto tempo, nós os devolvemos ao espaço público de exposição, na situação em que foram coletados, retiramos dêles o confinamento para que tambén se relacionem entre si, nesta mostra.

Todos os profissionais do atual Arquivo Multimeios do CCSP, participaram ativamente da seleção dos documentos mais significativos em suas áreas de especialização, assim como do projeto e da produção desta mostra.

Desde o primeiro momento, impôs-se como uma grande citação e homenagem, a visualidade das edições do Laboratório Gráfico do Idart, que impõe sua atualidade em relação aos meios de produção atuais. Sua personalidade gráfica foi delineada por Cláudio Ferlauto, Décio Pignatari e Fernando Lemos, em 1975. Desenvolvida e aplicada pelo próprio Fernando , até 1978. Para essa vestimenta, nos permitimos algumas licenças que o tempo, a tecnologia e as condições de produção impõem, ou permitem.

Esta mostra é portanto esse mostruário aberto , um testemunho e um registro discreto, do pensamento e do fazer cotidiano de profissionais que, ao longo de 32 anos, seja qual for o vínculo com o Idart, ou sua intensidade, dedicaram a intregridade do seu trabalho ao projeto e tornaram possível este Acervo e o seu futuro.

Nós nos incluímos entre êles.

São Paulo, maio de 2007